Este artigo não deve ser usado para autodiagnóstico. Ele tem por objetivo corrigir informações erradas sobre o autismo.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, versão 5, os critérios para diagnosticar o autismo são, principalmente, os 2 abaixo:
- Déficits na interação social em múltiplos contextos;
- Padrões restritos e repetitivos de comportamento, bem como atividades e interesses restritos;
Os déficits na interação social incluem tanto o iniciar quanto o responder a interações. Alguns desses déficits são, mas não se limitam aos seguintes:
- Dificuldade para iniciar conversas;
- Dificuldade para compartilhar emoções;
- Dificuldade no uso de linguagem não-verbal, como expressões faciais e gestos;
- Dificuldade para manter e compreender relacionamentos;
- Dificuldade para adaptar o comportamento de um contexto para outro;
Os padrões restritos e repetitivos incluem, mas não se limitam aos seguintes:
- Movimentos repetitivos com o corpo (estereotipias, ecolalia, girar, alinhar objetos, etc.);
- Inflexibilidade na rotina;
- Interesses fixos anormalmente intensos;
- Reação extrema e intensa a aspectos sensoriais do ambiente (hipersensibilidade);
- Ausência de reação a certos aspectos sensoriais do ambiente (hipossensibilidade);
Esses são os 2 critérios básicos para o diagnóstico de autismo. Outros requisitos necessários são os que são citados a seguir:
- Esses 2 critérios precisam estar presentes desde o início do desenvolvimento, ou seja, por toda a vida da pessoa. Não pode ser algo adquirido depois de adulto e nem desaparecer depois de um tempo;
- Os déficits mencionados precisam prejudicar significativamente a área social, profissional e qualquer outra área da vida importante para a pessoa;
- Esses déficits não podem ser explicados por deficiência intelectual;
Se houver algum prejuízo na linguagem, o médico também deve analisar e incluir isso ao fazer o diagnóstico.
FIQUE ATENTO!!!
O diagnóstico de autismo leva vários meses para ser concluído! Isso acontece porque é necessário muitas entrevistas, muitas conversas e muitos testes para se ter absoluta certeza de que se trata de autismo e não de outro transtorno. CUIDADO com profissionais que fazem o diagnóstico parecer fácil e rápido! Não existe diagnóstico rápido!
O livro Autismo Aos 26 pode ser de grande ajuda na auto-identificação do autismo. Nele, eu explico como foi minha vida antes do diagnóstico e todas as dificuldades que eu enfrentei. Ele pode ser o seu primeiro passo para a procura de um diagnóstico.

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Referências
American Psychiatric Association. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5 (5a ed.; M. I. C. Nascimento, Trad.). Porto Alegre, RS: Artmed.