Diante das câmeras, há sempre um jogo de interesses. Apresentadores, jornalistas, repórteres, participantes de reality shows, entrevistados, entrevistadores, etc. Todos são apenas personagens. Alguns são desagradáveis, e outros são legais. Mas a verdade é que cada um está tentando cativar um público específico: você.

Eles falam o que te agrada porque eles querem a sua atenção. E a câmera quer que você acredite que tudo que ela mostra é a mais pura verdade. Só que não é bem assim.

Longe das câmeras, esses mesmos artistas se desfazem de seus personagens para cuidar da família e relaxar. Eles vão praticar seus hobbies secretos e conversar com os seus melhores e verdadeiros amigos. É assim que funciona. Tudo é um jogo de sedução.

Há quem ache isso emocionante, e outros odeiam do fundo do coração. Mas não importa o seu ponto de vista, você faz parte do jogo. Para que haja aqueles que são amados é necessário a existência dos odiados. E você está jogando bem até agora, devo dizer.

Agora que você já entendeu o jogo, preste atenção no que eu vou te dizer: o único perdedor é aquele que acredita. Você é verdadeiro demais para se submeter à influência de pessoas que você nem conhece de verdade.

O que isso tem a ver com autismo? Por que eu estou publicando isso aqui, neste site? Porque nós somos pessoas como qualquer outra. Nós buscamos alguém com quem nos identificar e compartilhar nossos pensamentos. Alguns estão mais depressivos e tudo que querem é um elogio, ou apenas ouvir de alguém uma verdade que confirme tudo que eles já passaram na vida.

É nesse ponto que encontramos os ativistas. Eles querem levar a “causa” ao maior número possível de pessoas. Eles querem fazer a voz deles ser ouvida. Eles acreditam que podem te representar. Eles precisam de seguidores, engajamentos, curtidas e até fama. Então, eles falam exatamente o que você diria se tivesse a coragem que eles têm. Você então passa a segui-los e começa a apoiar cada palavra que sai da boca deles.

Mas, no meio do caminho, os ativistas se transformam em artistas. Eles esquecem da “causa”, e criam um personagem cuja sede por atenção nunca é saciada. Eles ficam viciados nas métricas de engajamento. E você fica viciado no que eles dizem.

Como eu disse acima: o único perdedor é aquele que acredita. Seria tolice acreditar em todo mundo que se diz “ativista pelos autistas”. É verdade que através da voz deles até mesmo os que os odeiam conseguem benefícios. Mas não faz bem idolatrar um ser humano só porque ele é autista e aparentemente luta por uma “causa”.

Nesse assunto, eu tenho uma palavra que pode te ajudar: EQUILÍBRIO. Você precisa saber diferenciar o artista da pessoa. E também precisa decidir até que ponto quer apoiar as ideias deles. Afinal, eles não são melhores que você, e você também tem suas próprias ideias. Você apoia as ideias deles, mas quem apoia as suas?

Nem tudo que os ativistas falam é 100% verdade e correto. Eles não são deuses. E você não é obrigado a acreditar em tudo. Acredite se quiser.

Entenda o jogo, e não jogue para perder.


Não saber olhar além do que me era apresentado me trouxe grandes problemas. No livro Autismo Aos 26 eu falo de alguns desses problemas. Você pode comprá-lo no link abaixo:

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