Necessidade. Muitos pensam que essa palavra se refere àquilo que as circunstâncias nos colocam como inerentemente importante. Entretanto, ainda existe uma escolha envolvida.

Nós podemos escolher tornar alguém necessário em nossa vida. Por exemplo: você viveu a maior parte da sua vida solteira e sem filhos, e viveu muito bem assim. Um dia, você conheceu alguém especial e se casou. O que a motivou a se casar com essa pessoa? A escolha.

Nesse caso, você escolheu tornar aquela pessoa uma necessidade na vida dela. Você já estava vivendo muito bem sozinha, mas agora você quer a presença daquela pessoa específica todos os dias da sua vida.

Quando se trata de filhos, acontece o mesmo. Ninguém precisa de filhos para viver. Muitas mulheres vivem bem sem filhos e elas não reclamam de nada. No entanto, assim como você, muitas delas escolhem tornar um filho necessário na vida delas.

Assim, podemos dizer que a necessidade nem sempre depende das circunstâncias. Ela também pode ser criada por nós mesmos. Quando decidimos que algo ou alguém será necessário para nossa vida, nós continuamos a nos sentir vazios e inúteis até que essa necessidade seja satisfeita.

Então, o filho nasce, e não importa se ele é autista. O que importa é que ele é seu filho e que ele depende de você para tudo. Prova disso é que, se não fosse pela sua decisão de tê-lo, ele nem existiria. Assim, você é necessária para seu filho.

Tendo em vista que você é necessária para ele e que você está perto dele para suprir as suas necessidades, mãe e filho se tornam necessários um para o outro.

Em raríssimas exceções, que não deveriam existir, todas as mães estão dispostas a dar a vida pelos seus filhos. Isso acontece porque a vida do filho já esteve literalmente dentro da mãe, e a vida da mãe está no filho.

Mãe e filho — é o amor mais puro que um ser humano consegue produzir; é o amar antes da existência; é amar a expectativa.

Por mais que eu diga que amo alguém, dificilmente eu o amo mais do que a mãe desse alguém. Quando tratamos bem o filho, está tratando bem à mãe dele.

Depois dessa reflexão profunda baseada em amor e necessidade, como você se sente quando seu filho é bem tratado? Outra pergunta: Você acha que só porque o seu filho é autista você deve amar menos esse filho do que os outros?

Antes de você ter um filho autista, você teve um filho. Por isso, independentemente de todas as críticas, você deve continuar amando esse filho da forma que ele precisa.


Eu tenho mais palavras direcionadas às mães de autistas no meu livro Conselhos para Mães de Autistas, que você pode conhecer clicando no link abaixo.

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