02 de maio de 2020. Minha obsessão por datas chegou ao clímax, acredito eu, nesse dia. Eu tinha começado um diário em 26/05/2013. Eu tive de escanear esse diário e guardar numa pasta super importante. Eu tenho anotações de coisas boas e ruins. Tem coisas do passado que, por mais que tenham sido doloridas, eu quero saber e manter registrado quando aconteceram.

Mas, por que guardar datas de eventos ruins na vida? Eu percebi que não vale a pena guardar conversas, textos e fotos que nos machucam, mas eu acho importante saber a data que essas coisas aconteceram. Já ouviu falar da expressão “revirar o passado“? Isso me lembra muito o descarte de lixo. A gente sempre tem que colocar um aviso caso aquele saco tenha algum pedaço de vidro ou outra coisa cortante. Então, caso alguém da rua queira “revirar o lixo”, eles tomarão mais cuidado.

Acho que acontece o mesmo com o passado. Eu tenho que saber as datas que me machucaram mais. Elas servem de aviso caso eu tenha que contar a história para alguém. Assim, eu posso selecionar as lembranças boas e as menos ruins para contar. Dessa forma eu preservo a mim e a pessoa que está do meu lado.

Não importa o que aconteceu com a gente no passado. A questão é o que essas coisas nos transformaram em quem somos hoje. E estamos, neste exato momento. criando o nosso novo passado. Espero que, no futuro, quando eu tiver de revirar o este passado, eu não encontre nada que me machuque.


Eu ainda tenho o hábito de guardar as datas. E esses registros me ajudaram a escrever o meu livro com mais certeza da ordem dos acontecimentos. Conheça o livro Autismo Aos 26 na Amazon.

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