Eu conheço as regras as do futebol, mas sou um péssimo jogador. Conhecer ajuda, mas a prática é essencial. Antes de existir teoria pra tudo quanto é assunto, as pessoas se tornavam boas em algo tentando e errando. Você, que vem em seguida, pode observá-las e fazer melhor, com menos erros. Mas, mesmo que você tente fazer alguma coisa e dê errado, aproveite para fazer melhor na próxima.
Eu herdei os genes autodidata do meu pai e do meu tio. Meu tio é autodidata em eletrônica, física, trabalhos de elétrica, cálculos de construção, matemática, pintura, esculpir (inclui madeira, pedra, isopor, papel, plástico), desenhos, inglês, poesia e mecânica! Tudo isso ele aprendeu até os 25 anos! E ele não se contenta com menos do que o perfeito. Tem dias que ele fica até tarde da noite terminando um projeto.
Hoje eu vejo muito dele em mim mesmo. Só que eu aprendi coisas menos práticas, ou seja, que não envolvem trabalhos manuais, mas apenas a mente. Desde os 9 anos pelo que eu me lembro, eu não me deixo abater por um resultado negativo. Eu repito até que fique exatamente do jeito que eu quero. E por quê? Pelo simples prazer de ver pronto.
No início, eu precisava repetir muitas coisas mesmo sabendo que ia dar errado para conseguir visualizar o erro. Hoje, eu preciso repetir menos. Logo, eu erro menos. Mas isso não significa que seja fácil. Eu ainda cometo erros, e muitos. Pelo menos eu sei que isso faz parte do processo de se tornar especialista.
Sim. Você vai errar muito até chegar no resultado perfeito. Eu acredito nesse poema escrito agora mesmo de improviso enquanto pensava neste texto:
Todos temos a mesma inteligência, mas não a mesma persistência. Todos temos as mesmas capacidades, mas não as mesmas habilidades.
Errar não é errado. O errado é desistir. – Siael Alves
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Eu falei mais sobre minhas tentativas de aprendizado no meu livro Autismo Aos 26. Há um capítulo falando de como foram as minhas experiências de autodidata e a relação disso com o hiperfoco.
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