O respeito não precisa de um motivo lógico. Ele só precisa existir. Respeitar alguém não significa concordar com a pessoa. Significa apenas não impedir que ela faça, acredite ou pense em algo.

Talvez você não entenda porque eu, como autista, deixo de fazer certas coisas, mas agradeço por respeitar. Certas coisas me deixam mais calmo, e isso é o que importa, porque no final é você que vai ter que lidar comigo.

Eu respeito você por acreditar no que acredita. No entanto, eu não compartilho das mesmas crenças que você, e provavelmente não concordo com tudo que você acredita.

Eu permito que você pense diferente, e permito que me explique por quê você pensa assim. Mas, dependendo do assunto, não importa o quão lógico seja seu raciocínio, eu posso decidir não concordar com você.

Existem coisas que não são apenas uma questão de crença, mas de certo e errado. Eu respeito também seu direito de fazer algo do jeito errado. Se for apropriado, eu te aviso que está errado. Mas eu sei que é você que vai seguir em frente e lidar com as consequências.

Você não sabe tudo que envolve ser autista. Ser autista não é crença, não é opção. Eu não tenho culpa. Você também não, e por isso precisa me respeitar. Assim como você, eu preciso aprender a viver comigo mesmo, e preciso aprender a me respeitar. Espero que você, no mínimo, entenda isso.

Eu e você somos diferentes. E essa diferença parece nos colocar em níveis diferentes. Será que você está mais alto, ou será que está mais baixo que eu? Não importa. A questão é: O que fazer para nos encontrar? O que fazer para ficarmos no mesmo nível? Respeitar.


Eu só consegui me desenvolver tão bem quanto hoje porque eu fui respeitado por todos à minha volta. Eu falei disso no meu livro Autismo Aos 26, no link abaixo:

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