“Não precisamos ser resolvidos; precisamos ser entendidos.”
O Cubo de Rubik, ou “Cubo Mágico”, foi desenvolvido pelo arquiteto húngaro Ernő Rubik em 1974 e patenteado como quebra-cabeça no ano seguinte. Segundo o criador do cubo, o desafio do quebra-cabeça é colocar cada uma das 6 cores separadas em cada lado do cubo. Isso se chama “resolver” o cubo.
Posso dizer que cada ser humano é um cubo de Rubik. Todos são do mesmo tamanho e têm as mesmas cores, mas estão embaralhados de maneiras diferentes. Mas as coisas são diferentes com nós, autistas. É como se fôssemos um cubo de Rubik com as cores fora do lugar. Assim, quando você nos tenta “solucionar”, o resultado não é o mesmo que o de todo mundo. Nossas cores continuam espalhadas.
Mas só porque as cores não ficaram organizadas como você queria não significa que o “cubo” tenha vindo com defeito. Não temos as mesmas cores, mas ainda assim somos humanos.
Sendo assim, não faz sentido buscar uma solução para nos tornar iguais a todo mundo. É o seu conceito de arte que precisa ser redefinido.
Mas quem dera tudo no autismo fosse uma questão de ponto de vista! Existem muitas coisas que são, de fato, defeitos, porque nos atrapalham viver e fazer o que gostaríamos. Mas isso não significa que você possa nos colocar à parte como peças ruins. Só significa que você vai ter que ser mais criativo para pensar em como lidar conosco.
No fim das contas, o único padrão que importa é que somos humanos, tão humanos quanto você.
Não é fácil aceitar o autismo em outras pessoas e nem em nós mesmos. Mas não é impossível. Recomendo a leitura do meu livro Autismo Aos 26 que apresenta padrões sutis de comportamento durante a minha vida que ninguém percebeu que era do autismo.
