Eu já tive de fingir muitas vezes que estava gostando de algo só pra parecer igual aos outros. Uma vez me perguntaram: “Você gosta de arroz doce?” Eu disse que Sim, só que eu não gostava. Então, me convidaram para assistir um filme e fizeram arroz doce. Eles me deram um copo enorme pra tomar. Eu só tomei um pouquinho e disse que eu estava cheio. Arroz doce é péssimo.
Esse foi um fingimento aparentemente inofensivo, mas resultou em bastante de sofrimento pra mim. O problema de fingir que gosta de algo é que você precisa fingir sobre várias outras coisas pra poder fazer sentido. Não é que eu tenha más intenções, mas é que eu penso que as pessoas têm uma certa expectativa a meu respeito. Se eu não atingir essas expectativas, eu posso perdê-las para sempre.
Ninguém deve deixar de gostar da gente só porque estamos sendo nós mesmos. O resultado deve ser o oposto. Todos se precisam se sentir mais seguros por saber que sempre seremos verdadeiros com eles. Nós não convenceremos ninguém a ficar do nosso lado fingindo ser quem não somos. É importante sermos nós mesmos independentemente do que outros pensem. No final, quem estiver do nosso lado, será porque nos ama de verdade.
Eu não sabia o quanto esse comportamento era prejudicial até descobrir o meu autismo. Eu fingia até pra mim mesmo para me agradar. Eu falei sobre isso no meu livro Autismo Aos 26. Você pode ler na Amazon.
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