Você não pode escolher a cor dos olhos, a cor do cabelo, o tom de pele e nem o sexo do seu bebê. As suas expectativas em relação à aparência de seu filho sempre serão frustradas. Mas eu duvido muito que a aparência do seu bebê tenha sido um empecilho para você amá-lo.
A maior de suas preocupações foi com a saúde do seu bebê. Será que ele vai nascer com todos os membros do corpo? Será que ele vai enxergar? Será que ele vai ter algum problema com a respiração? E muitas são as dúvidas que permearam a sua cabeça, como futura mamãe.
Tudo bem ficar preocupada assim. Afinal, essas são coisas que vão limitar significativamente o que o seu filho poderá fazer com a vida dele. O problema é quando essas preocupações se baseiam apenas no que vemos nos outros, ou seja, comparando o que você deseja com o que outros têm.
Isso acontece quando você vê outras crianças e pensa: “Será que meu filho vai ser como elas?” Nesse momento, você cria um ideal de filho que até antes não existia. O que você queria era apenas um filho, se é que podemos dizer “apenas” quando falamos de filhos, mas a partir de agora, você quer um filho igual ou melhor do que o filho dos outros.
No entanto, você não pode pressionar seu filho a ser igual aos outros. Cada criança tem pontos fortes e pontos fracos, e tudo que ela precisa aprender enquanto cresce é a compensar os seus pontos fracos com o que ela sabe fazer de melhor.
Mas quando o autismo do seu filho começa a ficar evidente, você começa a pensar em tudo de ruim que vai acontecer com ele no decorrer da vida. Só que você baseia essa conclusão com base no quê? Com base na experiência de outras mães. Novamente, o que você fazendo com o autista ainda bebê? Você comparando ele com outras pessoas, criando um ideal.
Você acaba deixando de lado as variáveis mais importantes sobre as quais ninguém, nem mesmo você, têm controle. De quais variáveis estou falando? Das decisões desse bebê. Assim, você acaba colocando seu bebê dentro de estatísticas que você nem sabe se se aplicam a ele ou não.
De fato, tudo que temos hoje a respeito do desenvolvimento humano está baseado em estatísticas. Os marcos de desenvolvimento de uma criança são estatística; os cálculos de QI são estatística; as intervenções terapêuticas são desenvolvidas com base nas estatísticas.
Você sabe o que são estatísticas? São meras comparações. Elas são usadas para prever o futuro com base no passado. E são exatamente essas estatísticas que criam o ideal de filho.
Assim, o poder da comparação se torna uma das armas mais mortais já criadas pelo homem. É como se uma mãe tivesse de ser uma fábrica de bebês pronta para montar crianças idênticas às dos seus vizinhos. Mas, cada bebê é único, e desenvolverá habilidades únicas enquanto crescer.
Portanto, esqueça o ideal de filho; ele não existe. Mas o filho ideal sim, e ele está bem na sua frente.
Eu me interesso muito pelo modo como você, como mãe, vê o seu filho autista. Por isso, eu publiquei um livro feito exclusivamente para você, mãe de autista. Ele está disponível no link abaixo, e você pode comprá-lo na Amazon.