Encenar. Isso lembra um filme ou uma novela. O diretor fala exatamente pra onde olhar e o script te informa o que dizer. Nisso sim você tem que encenar. Mas nem sempre a emoção que recebemos nas telas equivale ao que o ator está sentindo. Podemos dizer que ele encena emoções.
Em algum momento da vida, você já se pegou copiando um gesto ou uma fala de um ator num filme, como se todos que estavam olhando para você fossem câmeras captando detalhadamente todos os seus movimentos. Uma fala errada, um gesto incorreto, e você estaria fora do filme.
Eu gosto de descrever o masking desse jeito. O masking não é viver; é encenar. Se tiver sorte, você talvez ganhe um Oscar. O problema é que depois de um tempo você não consegue mais diferenciar o atuar e o viver. Você não sabe mais quem é; você não sabe quem você deveria ser; e você esquece tudo que já foi um dia.
Só que vida não é um filme e o filme não representa a vida. A vida é a vida. Se você se identifica com a descrição que eu fiz, lembre-se que você não perderá seu personagem só porque errou uma fala, ou só porque “errou” uma fala. Leva tempo para você encontrar a si mesmo e você vai se confundir com inúmeros personagens. Mas não é impossível. Eu me encontrei há algum tempo, e você também vai conseguir.
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