Eu não lembro quando foi a última vez que eu disse que estava entediado. Desde que eu me entendo por gente, eu sempre criei meus próprios passatempos. Não estou falando de coisas grandiosas que as pessoas vão ver e vão lembrar pelo resto da vida. São coisas que eu fazia para mim mesmo e que me ajudavam a manter meu cérebro funcionando.
Quando eu tinha 6 anos, eu me entusiasmava muito ao ver números. Eu pegava a calculadora do meu pai junto com aqueles panfletos de supermercado pra fingir que estava comprando tudo do panfleto.
Minhas curiosidades eram coisas do tipo: “Quanto será que dá se eu somar tudo que aparece na folha? E se eu tivesse X de dinheiro, quanto disso eu poderia comprar?” O interessante é que ninguém tinha me ensinado a somar os números, muito a menos a somar dinheiro.
Eu lembro que eu não colocava a vírgula, mas eu sabia que os dois últimos números eram sempre os centavos. Se eu tivesse um computador aos 6 anos, o Excel seria o meu programa favorito.
Enfim, eu sempre criei coisas pra me distrair. Eu nunca fui e nem sou um gênio, mas eu sempre aprendi as coisas com o mínimo de instrução. Tudo que eu preciso que as pessoas façam por mim é que me deem liberdade para pensar.
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