É normal dizermos que não somos capazes, que certa tarefa é difícil, e que nunca vamos aprender algo. Só que dizer isso é autossabotagem, principalmente se nunca tentamos.

Mas se queremos fazer algo novo, precisamos esquecer que a tarefa é fácil ou difícil. A primeira coisa que precisamos fazer é tentar. Provavelmente, não teremos sucesso na primeira tentativa. Mas é por isso que se chama primeira tentativa. Depois da primeira, vem a segunda, a terceira, a quarta, e quantas forem necessárias. Tinha muitas coisas que eu não sabia fazer, mas eu as aprendi. E tem muitas outras coisas que eu não sei fazer, mas pode ser que eu aprenda.

O autista precisa desenvolver certas habilidades sociais para lidar com o mundo. E muitas dessas habilidades são difíceis de se desenvolver. Se ele pensar: “Eu sou autista, não tenho habilidades sociais, e nem vou tentar.” Que tipo de vida você acha que alguém vai ter pensando dessa forma? O mundo não é feito de autistas. O mundo não é 100% inclusivo. Assim como queremos que haja inclusão dos autistas na vida dos neurotípicos, também precisamos incluir neurotípicos na vida dos autistas. Muitos que tiveram seu diagnóstico quando adultos tiveram de desenvolver as habilidades sociais sem ajuda nenhuma. No caso deles, não saber que eram autistas lhes deram uma certa vantagem. Eles não sabiam que se relacionar era difícil. Eles aprenderam a resiliência e a persistência desde cedo.

Por isso, quando estiver diante de um novo desafio, esqueça que é autista e tente fazer do jeito que todos estão fazendo. No meio do processo, você vai descobrir qual é o melhor método que funciona para você. Logicamente, você vai fazer isso de um jeito que resulta em pouco sofrimento. Mas não se preocupe, porque quanto mais sofremos para aprender, mais inesquecífil se torna a lição.


Eu aprendi muitas coisas até o diagnóstico e relatei a maioria delas no meu livro Autismo Aos 26. Saiba mais clicando link abaixo.

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