Por toda a vida, eu sempre dei informações. As pessoas me perguntavam coisas e eu respondia. Simples assim. Mas eu não sabia que as pessoas me faziam perguntas para se aproximar de mim.
Conversar comigo pela milésima vez era igual conversar comigo pela primeira. Parecia que você não tinha feito progresso algum.
Eu ainda não sei o que fazer para as coisas serem diferentes. Eu não consigo olhar para além das perguntas que me fazem. Eu preciso me esforçar muito para ver alguma coisa assim.
Só que isso não acontecia no sentido inverso. As pessoas com quem eu conversava percebiam algo diferente. Elas atribuíam às minhas palavras intenções que eu nem sabia que existiam. O resultado era um grande mal entendido.
Se você conversar com algum autista, entenda que o seu interesse nem sempre vai ser correspondido, pelo menos não da forma como você espera. Confirme diretamente com ele as intenções de determinadas coisas que ele te disse. Você vai se surpreender com o quão simples é fazer amizade com um autista.
Hoje, já que estou mais consciente das minhas limitações nesse sentido, eu posso fazer algo que eu não fazia antes: falar com aqueles que eu quero como amigos que eu tenho essa dificuldade. Só do outro saber da minha limitação, eu já fico mais tranquilo. A partir daí, é só eu trabalhar no que já construímos um com o outro.
Eu não sei eu vou melhorar nesse sentido, mas estou disposto a manter todos os amigos que eu conquistei na vida.
Eu falei sobre minhas habilidades de comunicação no livro Autismo Aos 26. Tenho certeza de que você irá se beneficiar de ler meu relato no link abaixo.
