TDAH é a sigla para Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Assim como acontece com o autismo, o TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, desenvolve-se no início da formação neurológica.

Ele pode tanto coexistir com outros transtornos como o Transtorno Afetivo Bipolar e Autismo, como também pode estar presente sozinho.

O TDAH caracteriza-se por uma rápida e intensa geração de pensamentos. Essa velocidade de pensamento dificulta a concentração e organização. Sendo assim, o TDAH é muito mais uma hiperatividade mental do que física.

Para comparar, o cérebro de quem tem TDAH é rápido como um carro de fórmula 1, mas o piloto não tem controle dessa velocidade e causa diversos acidentes.

Alguns sintomas visíveis do TDAH são a falta de concentração e atenção, dificuldades para lembrar de informações, dificuldade com tarefas repetitivas, dificuldades em permanecer parado e impulsividade. Na verdade, todas as pessoas, com TDAH ou não, podem ter sintomas assim. A diferença para o indivíduo que tem TDAH é que a frequência e a intensidade dos sintomas é muito maior e prejudica substancialmente a sua vida, ou seja, é prejudicial em todos os contextos e não só de vez em quando.

Ao todo, são 18 sintomas que caracterizam o TDAH, divididos em 3 grupos: nove de desatenção, seis de hiperatividade e três de impulsividade. Para ser diagnosticado, é necessário ter, pelo menos, 5 a 6 dos sintomas de qualquer um dos grupos. Também, esses sintomas precisam estar presentes no indivíduo antes dos 12 anos de idade.

Um médico olhando literalmente para o cérebro de uma pessoa.

Não é fácil diagnosticar o TDAH e há boas razões para isso. Algumas delas são:

Primeiro. O senso comum de que crianças são naturalmente agitadas, disfarçando o TDAH com a imaturidade natural dela;

Segundo. O fato de que há crianças que são bastante quietas, que pode esconder o TDAH atrás de uma timidez, uma vez que nem sempre é fácil extrair o que se passa na cabeça de uma criança assim;

Terceiro. A criança passar a maior do tempo contando com o apoio de outras pessoas para suprir suas demandas e corrigir seus erros, deixando os sintomas imperceptíveis. Com isso, o TDAH acaba passando despercebido na infância. Daí, quando chega na fase adulta, em que se requer mais independência, ela não consegue fazer o que se espera de um adulto, gerando sentimentos de tristeza e baixa auto-estima, e acaba sendo sub-diagnosticada com depressão ou transtorno de ansiedade.

Por causa disso, é necessária muita atenção e cuidado durante o processo de diagnóstico, sempre incluindo entrevistas detalhadas com os que estiveram envolvidos no desenvolvimento do indivíduo.

O diagnóstico pode ser dado em um dos três tipos abaixo:

Tipo Desatento. Predominam os sintomas de falta de atenção, dificuldade com a percepção de tempo, impaciência para ouvir outras pessoas, dificuldade de ler um livro ou um texto até o final, etc. Pode também falar muito e se distrair com extrema facilidade. Pode estar fisicamente presente no local, mas a mente está muito distante. Nesse caso, como não há o elemento da hiperatividade, trata-se de Transtorno de Déficit de Atenção, ou TDA.

Tipo Hiperativo. Também chamado de impulsivo, esse tipo caracteriza-se pela dificuldade em permanecer parado num mesmo lugar. Pessoas com esse tipo estão sempre se movimentando, andando, batendo os pés e as mãos. Nesse caso, já que há o elemento da hiperatividade, trata-se de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou TDAH.

Tipo Combinado. É uma mistura das características do tipo Desatento e do tipo Hiperativo.

Algo importante para se falar sobre o TDAH é que, embora a característica principal seja a falta de atenção, isso não significa que um indivíduo com TDAH nunca conseguirá se concentrar em algo. Quando um determinado assunto realmente lhe capta a atenção, ela pode se dedicar por completo a ele e até desenvolver um hiperfoco pelo assunto.

Assim como o autismo, o TDAH não tem cura, mas há medidas que podem ser tomadas para reduzir as dificuldades causadas por esse transtorno na vida do indivíduo, como terapias comportamentais e remédios. É importante ressaltar que, quanto mais cedo o indivíduo receber ajuda, menores serão os prejuízos causados pelo TDAH.

Falar de tudo sobre TDAH é algo que exige um site dedicado somente a esse assunto. Para esse fim, foi fundada, em 1999, a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), com o intuito de dar informação verídicas e científicas sobre o TDAH sem custo algum. Em seu site oficial, é possível encontrar muito mais informações sobre TDAH, incluindo diversas dicas práticas para ajudar a lidar com os desafios do dia a dia. Para saber mais, acesse https://tdah.org.br.


Não é fácil manter uma rotina para quem TDAH. Este livro pode ser uma ajuda e tanto para você que está com esse problema. Você aceita o desafio de lê-lo até o fim?

Referências

BARBOSA, Ana Maria. O que é TDAH?. Publicado em 13 jun. 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=82acnnsmD2k. Trecho: 00:00-02:19. Acesso em: 13 ago 2024 às 16h43.

—. Os 3 Tipos Básicos do TDAH na Infância. Publicado em 30 jul. 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=P2ukKwm8C44. Acesso em: 13 ago 2024 às 16h43.

MATTOS, Paulo. Introdução TDAH. São Paulo, SP. Phoenix Comunicação Integrada. Publicado em 05 mar 2020.

—. TDAH no Adulto. São Paulo, SP. Phoenix Comunicação Integrada. Publicado em 05 mar 2020.

SULKES, STEPHEN BRIAN. Transtorno de deficit de atenção/hiperatividade (TDA, TDAH). MSD Manuals. Publicado em fev 2022. Acesso em: 19 ago 2024 às 12h48.

Foto em destaque: URVÖLGYI, Ádám. Ferrari Fórmula 1 Fernando Alonso. Publicado em 20 out 2014. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/ferrari-f%C3%B3rmula-1-fernano-alonso-f1-490617/. Acesso em 13 ago 17h28.

Desenho do médico e o cérebro: HASSAN, Mohamed. Neurologia, Tratamento, Doença. Publicado em 21 jan 2022. Disponível em: https://pixabay.com/pt/vectors/neurologia-tratamento-doen%C3%A7a-6952525. Acesso em 19 ago 12h57.