Atualmente, não há nenhuma diferença entre autismo e síndrome de Asperger. A Síndrome de Asperger já foi um diagnóstico separado do autismo, mas, desde 2013, ela está incorporada ao Transtorno do Espectro Autista.
História da Síndrome de Asperger
Em 1944, Hans Asperger, um psiquiatra austríaco, observou um grupo de jovens que tinham algum tipo de transtorno de personalidade, mas ainda estavam no que era considerado “normalidade”. As observações de Asperger incluíam os sintomas do autismo que conhecemos hoje. Entretanto, por vários motivos, suas pesquisas não se tornaram públicas.
Em 1981, Lorna Wing, juntamente com seu marido, ambos formados em psiquiatria se depararam com a pesquisa de Hans. Eles então nomearam o transtorno observado por Hans de Síndrome de Asperger.
Assim, na década de 90, passou-se a considerar 2 tipos de condição neurológica:
- Autismo, como sendo uma manifestação mais grave e “clássica” que podia ser melhor observada em crianças;
- Síndrome de Asperger, como uma manifestação mais leve observada em adolescentes e adultos;
Essa diferenciação parecia uma solução elegante para a diferença de comportamento de alguns pacientes. Entretanto, muitos profissionais ainda a consideravam muito confusa. Mesmo assim, ela foi publicada na versão 4 do DSM, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais.
Foi só a partir de maio de 2013, com a publicação do DSM-5, que essa diferenciação foi eliminada. Desde então, não existe mais Síndrome de Asperger. Agora, todas as condições antes alistadas como pertencentes a essa síndrome estão combinadas com as anteriores especificações do autismo.
O nome oficial do autismo, segundo o DSM-5, é Transtorno do Espectro Autista.
No entanto, o Brasil não utiliza o DSM como base para diagnóstico de doenças. Nós utilizamos o CID, que é o Código Internacional de Doenças, que nem sempre usa a mesma nomenclatura que o DSM. Por causa disso, mesmo após 2013, muitos autistas ainda receberam o diagnóstico de Síndrome de Asperger.
Foi só em 2022 que o Código Internacional de Doenças, atualizado para CID-11, removeu o termo “Síndrome de Asperger” de sua lista de diagnósticos.
Portanto, as diferenças entre Síndrome de Asperger e Autismo circundam apenas em diferenças de nomenclatura e convenções. Hoje em dia, não se usa mais o termo “Síndrome de Asperger”, apenas Transtorno do Espectro Autista.
Para entender melhor sobre o que CID e as mudanças de nomenclatura, recomendo a leitura do artigo Diagnóstico de autismo vai mudar a partir de 2022. Entenda., no site A Menina Neurodiversa.
Eu cresci no período em que apenas a Síndrome de Asperger era conhecida, mas eu não sabia muita coisa sobre isso. Você pode ler sobre as dificuldades que a ausência de um diagnóstico trouxe para mim no meu livro Autismo Aos 26:
